Telas para crianças: qual a melhor forma de agir

A vida vai mudando e novos desafios vão surgindo na rotina dos pais. Ao mesmo tempo que a tecnologia nos traz imensos benefícios também nos causa alguns prejuízos e transtornos, principalmente quando falamos da saúde de nossos pequenos. O tempo de tela ideal é um debate que, apesar de novo, já é muito popular. Qual o tempo ideal? Como controlar? Quais são os riscos? São perguntas frequentes de todos os papais e mamães. Por isso, trouxemos alguns dados de pesquisas científicas, recomendações divulgadas em um compilado de artigos da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e conselhos de especialistas para nos ajudar a agir nessas situações. Vem com a gente!

Será que nossas crianças têm exagerado no tempo de tela?

No contexto geral, a resposta para essa pergunta, infelizmente, é sim! Uma pesquisa do Lenstore Vision Hub, divulgada pela Folha de SP, apontou que o Brasil está em terceiro lugar entre as crianças que preferem dispositivos eletrônicos a atividades ao ar livre. O estudo levou em consideração índices de obesidade infantil, níveis de exercício físico e o tempo passado na internet.

Outra reportagem, desta vez da BBC Brasil, divulgou dados referentes ao consumo de internet pelos pequenos brasileirinhos. Segundo o Quase Comitê Gestor da Internet no Brasil, 90% das crianças e dos adolescentes brasileiros estão conectados à internet e 95% usam o celular como principal dispositivo para acessar sites e aplicativos.

Por que, exatamente, devemos nos preocupar com o tempo de tela?

De acordo com o Manual de Orientação, do Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria, os principais problemas médicos e alertas de saúde de crianças e adolescentes na era digital são:

– Dependência Digital e Uso Problemático das Mídias Interativas.

– Problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão.

– Transtornos do déficit de atenção e hiperatividade.

– Transtornos do sono.

– Transtornos de alimentação: sobrepeso/obesidade e anorexia/bulimia.

– Sedentarismo e falta da prática de exercícios.

– Bullying & cyberbullying.

– Transtornos da imagem corporal e da auto-estima.

– Riscos da sexualidade, nudez, sexting, sextorsão, abuso sexual, estupro virtual.

– Comportamentos auto-lesivos, indução e riscos de suicídio.

– Aumento da violência, abusos e fatalidades.

– Problemas visuais, miopia e síndrome visual do computador.

– Problemas auditivos e PAIR, perda auditiva induzida pelo ruído.

– Transtornos posturais e músculo-esqueléticos.

– Uso de nicotina, vaping, bebidas alcoólicas, maconha, anabolizantes e outras drogas.

Qual é o tempo de tela recomendado?

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), alinhada com as orientações divulgadas pelas academias de pediatria dos Estados Unidos, do Canadá e da União Europeia, orienta:

– Evitar a exposição de crianças menores de 2 anos às telas, inclusive quando ocorre de forma passiva.

– Limitar o tempo de telas ao máximo de 1 hora por dia para crianças com idades entre 2 e 5 anos.

– Limitar o tempo de telas ao máximo de 1 a 2 horas por dia para crianças com idades entre 6 e 10 anos.

– Limitar o tempo de telas e jogos de videogames a 2 ou 3 horas por dia para adolescentes com idades entre 11 e 18 anos.

– Para todas as idades, nada de telas durante as refeições e desconectar 1 ou 2 horas antes de dormir.

Além do tempo, existem outras recomendações?

Sim, existem! Supervisão, atenção e controle dos pais. É preciso que você saiba os caminhos do seu filho na internet para que possa protegê-lo. Confira com a gente algumas recomendações da SBP.

– Nunca deixe sua criança ou adolescente “virar a noite” jogando.

O psicólogo Thiago Viola, professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, explicou à reportagem da BBC Brasil que é comum vermos crianças que ficam jogando ou mexendo nas redes sociais até altas horas da madrugada, no entanto, isso é mais prejudicial do que parece.

“Nós sabemos como o sono é importante para nossa saúde, ainda mais durante a infância e a adolescência. O ideal é limitar o contato com estímulos luminosos que vêm das telas conforme anoitece. A luz prejudica a produção da melatonina, hormônio que dita o ritmo de 24 horas do dia. Sem a presença dessa substância, todo o processo do sono acaba atrasado”, explica o psicólogo.

– Não permita que as crianças e adolescentes fiquem isolados nos quartos com televisão, computador, tablet, celular, smartphones ou com uso de webcam; estimule o uso nos locais comuns da casa.

No relatório, os especialistas apontam que é importante estimular a mediação parental das famílias e a alfabetização digital nas escolas com regras éticas de convivência e respeito em todas as idades e situações culturais, para o uso seguro e saudável das tecnologias.

Estabeleça uma rotina com o seu pequeno, inclua as atividades online em horários que fiquem oportunos para você e para seu filho. Esteja por perto com olhar de cuidado, atenção e afeto, o diálogo é melhor do que a proibição!

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