O que fazer quando meu filho recusa um alimento? por Gabriella Fonseca

Se o seu filho apresenta comportamentos de recusa alimentar e se interessa pouco pelos alimentos, saiba que esta é uma grande angústia de muitos pais.

É natural que toda mãe sinta o desejo de conseguir nutrir o seu filho e quando suas expectativas não são alcançadas, sentimentos como culpa e tristeza vêm à tona e acabam causando grandes problemas no ambiente familiar.

Ao passar por situações desafiadoras como a seletividade alimentar, é entendível que os pais usufruam de estratégias que podem até funcionar num primeiro momento, mas que não ensinará a criança a ter um bom relacionamento com os alimentos.

Estratégias como chantagens, falas agressivas, enganação, abridores de apetite ou até mesmo a passividade dos cuidadores perante a situação podem agravar ainda mais o quadro de recusa alimentar.

É fundamental que os pais compreendam que a alimentação seletiva ou restritiva pode ser influenciada pela idade da criança, rotina, habilidades motores e sensoriais, habilidades motoras orais, diagnóstico médico, alergias e intolerâncias e vários outros motivos.

Comer é uma experiência sensorial e motora que requer muitas habilidades e práticas amigáveis com os alimentos e é importante lembrar que comer é um ato aprendido baseado em experiências. Para isso, veja algumas dicas que poderão ajudar a melhorar o repertório alimentar do seu filho:

  • Não pressione: tente não se afetar quando o seu filho recusar algum alimento. Permaneça neutro (a) no processo e também evite se empolgar demais quando ele aceitar experimentar algo novo.
  • Aumente a exposição: dar abertura para provar novos alimentos é como fazer amizades na escola. Precisamos de contato, interação, experiências com os alimentos que ajudará com o que seu filho se sinta corajoso a se aventurar. Pesquisas mostram que uma criança leva de 10 a 20 exposições a um novo alimento para que a aceitação aumente. Uma dica é manter um alimento “seguro” ou seja, um alimento já consumido no prato principal e permitir que o alimento novo esteja dentro ou fora do prato, mas sempre por perto. Você também pode expor o mesmo alimento preparado de diversas formas. Exemplo: frango no prato de comida, dentro do sanduíche como se fosse um patê, uma versão grelhada etc.
  • Permita exploração e brincadeiras: é importante deixar o seu filho fazer bagunça. Se a criança sente pavor ao tocar no alimento, possivelmente ela sentira pavor ao comê-lo também. Permitir que a criança brinque, toque, cheire e explore ajudará com o desenvolvimento de associações positivas e felizes, resultando numa memória alegre.
  • Permita que seu filho tenha voz ativa e deixe-o escolher qual alimento novo irá ficar amigo: “Filho, entre o brócolis e a cenoura, você quer fazer amizade com qual alimento hoje?”. É fundamental que a criança se sinta parte do processo e saiba que os adultos a escutam atentamente. 
  • O mais importante: sejam pais saudáveis e deem o exemplo. A criança tem desejo de sentir-se pertencida. Quando os seus dois cuidadores comem determinados alimentos, a criança quer ser como eles pois assim ela se sentirá presente com eles.

Desejo que criem lindas memórias através de uma alimentação.

Com amor,

Gabriella Fonseca.

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