Crianças e a pandemia: O impacto do isolamento

Em 2020 vimos o mundo virar de cabeça pra baixo com a chegada da pandemia do Covid-19. Fomos arrancados de nossa rotina e passamos a conviver com o medo incertezas sobre o futuro, nos perguntando quando tudo voltaria a normalidade, e após um ano de isolamento, vivenciamos o surgimento de um “novo normal”: home office, uso de máscaras, estabelecimentos fechados ou com atendimento reduzido, distanciamento social e insegurança perante uma possível contaminação.

Difícil conversar com alguém que não tenha se sentido afetado de alguma maneira pelo isolamento social, a maioria de nós teve que se adequar a esta realidade, mas isso não significa que tenha sido um processo simples, tivemos que reorganizar nosso modo de trabalho, o lazer e o contato com a família, e no meio dessa mudança, como as crianças se sentiram? Como elas enxergam e lidam com essa nova realidade? Elas foram atingidas diretamente com o fechamento das escolas e consequentemente tiveram sua rotina diária virada do avesso também. De repente não tem mais aulas presenciais, não socializam e brincam com amigos no recreio, e agora o contato com professores se reduz a uma tela, enfim, o tempo dedicado somente a elas em um ambiente propício para seu desenvolvimento foi perdido. Pais exaustos e estressados e crianças entediadas, ociosas e frustradas, o que fazer para melhorar este cenário?

O primeiro passo é a honestidade com as crianças, falar abertamente sobre o momento que estamos vivendo, o que é o vírus, os cuidados que devemos tomar em relação a ele, e o porquê do distanciamento social, usando linguagem compatível com a idade dos pequenos. O próximo passo é criar uma rotina para a criança, assim como na escola, elas precisam da segurança que a rotina traz, é importante que se sintam úteis e criativas neste período. Sendo assim, estabeleça horários para acordar, tomar banho, brincar e estudar também. Peça ajuda com os afazeres do dia a dia, arrumar o próprio quarto, guardar os brinquedos e estimule também a higienização com o álcool em gel.

As tecnologias já fazem parte do cotidiano infantil, e em pandemia, são muito importantes no cultivo dos laços sociais e afetivos, porém devemos nos atentar e focar no uso consciente delas, valorizando os jogos e brincadeiras em família, jogos de cartas e tabuleiros, por exemplo. A leitura e a contação de histórias são grandes aliadas nessa rotina também, pergunte para a criança o que leu, se gostou, peça para recontar as histórias com detalhes ou desenhá-la, e sempre que possível apresente novos tipos de leituras e reforce as atitudes positivas, dê atenção ao que ela fala, pergunte como se sente, é fundamental que as crianças se expressem e sintam-se ouvidas e protegidas neste período delicado.

Para mais informações, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)  lançou a cartilha “Crianças na Pandemia de Covid-19. O documento faz parte da série “Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia Covid-19”, elaborada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde (Cepedes) da Fiocruz.

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