Sabemos que o aleitamento materno é de extrema importância tanto para a saúde do bebê quanto da mãe. O leite materno é um alimento completo, contendo proteínas, gorduras, carboidratos e células que auxiliam no desenvolvimento e crescimento do bebê.
Além de proteger contra alergias e infecções, o aleitamento materno estimula o desenvolvimento neuropsicomotor e as funções que chamamos de estomatognáticas, que são: respiração, mastigação, deglutição e fala.
Quando se fala em aleitamento materno, estudos indicam que este deve ser exclusivo até os 6 meses de vida do lactente e complementado até os 2 anos de vida ou mais, uma vez que além de contribuir para o desenvolvimento do bebê, como já dito, diminui o risco de câncer de mama na mulher e ajuda no pós-parto, já que o útero se contrai e volta ao tamanho normal mais rapidamente.
Os bebês, diferentes de animais irracionais, não nascem sabendo mamar. O recém-nascido precisa aprender a pegar o peito da mãe e essa pega terá influência em muitas outras habilidades. Isto é, uma pega incorreta ou uma sucção inadequada, poderão levar a um desmame precoce.
É de suma importância que a mãe tenha assistência e orientação no pós parto. A fonoaudiologia, juntamente com uma equipe multidisciplinar, deve avaliar as estruturas orofaciais do bebê, orientar sobre a musculatura durante o aleitamento, posição de lábios, língua e bochechas, sucção, pega e posicionamento do bebê. O fonoaudiólogo também orienta quanto aos prejuízos do uso de bicos artificiais no desenvolvimento do mesmo.
Outro fator muito importante a ser considerado no ato da amamentação é o posicionamento do bebê. O posicionamento correto do bebê para uma pega adequada permite o completo esvaziamento da mama e o aumento da produção do leite e, evita o aparecimento de fissuras mamilares e possíveis infecções da mama.
A sociedade brasileira de pediatria diz que a pega adequada é aquela em que o bebê abocanha quase toda a auréola e não somente o bico do peito, deixando assim, o mamilo no fundo da boca da criança. Dessa forma, a criança consegue fazer movimentos da língua contra a superfície da mama, propulsionando o leite para sua boca, de modo que possa engolir. O maxilar se move para cima e para baixo. Para ter uma boa pega, a boca do bebê deve ser levada em direção ao mamilo, e não o contrário. A mãe deve posicionar o polegar acima da auréola e o indicador abaixo, formando um ‘C’. O bebê deve estar bem apoiado, com a cabeça e o corpo alinhados; o corpo bem próximo e voltado para a mãe, barriga com barriga, o queixo tocando o peito e a boca bem aberta, de frente para o mamilo.
Esse posicionamento incorreto pode levar a infecções de vias aéreas superiores e otites médias. Isto ocorre pois o conduto auditivo no recém nascido é menor e apresenta uma posição mais horizontalizada. A literatura denomina o termo “otite média posicional” nos casos de bebês que são amamentados na posição deitada, por apresentam um maior risco de desenvolver a otite média.
Outro fator que influencia na pega é o frênulo lingual. Quando este for curto, pode impedir a pega correta, devido à dificuldade na elevação da língua. Nesses casos, podemos ter bebês com baixo peso ou ganho inadequado de peso, pois não conseguem esvaziar a mama, podendo levar à diminuição da produção de leite materno e até ao desmame precoce. Por isso, é fundamental que o recém-nascido passe pela triagem do Teste da Linguinha ainda na maternidade.
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