Muito escutamos por aí que ter um pet em casa faz bem para as crianças. Alguns dizem que auxilia no desenvolvimento, outros apontam a questão da companhia e por aí vai. Mas o que a ciência nos diz sobre isso? Essa teoria já foi comprovada? Separamos alguns estudos desenvolvidos ao redor do mundo para nos ajudar a elucidar essa questão. Afinal de contas, nós queremos o melhor para nossos pequenos.
Vamos começar com uma informação bem interessante! A Universidade da Concórdia, no Canadá, em estudo divulgado pela Revista Crescer, apontou que o sono das crianças pode ser melhor se elas estiverem dormindo com o pet, com supervisão e segurança, é claro. Para realizar esse estudo e chegar a tal resultado, foram analisados os hábitos de 188 crianças e adolescentes, de 11 a 17 anos. O monitoramento do sono ocorreu com a ajuda de aparelhos que mediam ondas cerebrais, níveis de oxigênio no sangue, frequência cardíaca, fluxo de respiração e movimentação dos olhos e das pernas. Além de um rastreador de pulso, para registrar os ciclos de descanso, e um diário de sono por 15 dias. Os pesquisadores constataram que deitar junto com o cachorro, gato ou coelho ajudava as crianças na hora de dormir. De acordo com o estudo, o sono melhorava porque as crianças sentiam que estavam dormindo com o “amigo” e sentiam-se mais seguras, aliviando os medos noturnos.
Na matéria da revista, a pediatra Tania Zamataro, fez algumas ponderações sobre crianças dormirem com pets. Ela salientou que antes dos dois anos, por causa do risco de sufocamento e esmagamento, a recomendação é que bebês não durmam com nada no berço, ou seja, sem pets. Orientou que o contato seja permitido apenas se houver uma relação de respeito entre o animal e a criança e se o pet tiver um temperamento tranquilo. Ainda assim, a supervisão deve ser constante. Outro aspecto a se considerar é se o pet está limpo, saudável e se existe espaço suficiente para os dois na cama, principalmente quando a criança tem um histórico de sono agitado.
Outra pesquisa, desta vez, realizada pela Mars Petcare no Brasil, divulgada pela Revista Veja, constatou que pais e professores acreditam que passar um tempo com o pet aumenta o engajamento das crianças nas aulas. Essa pesquisa ocorreu durante o período de distanciamento social, em decorrência da pandemia, no qual as crianças estavam tendo aula em casa. Entre os professores entrevistados, 67% considerou que a presença dos pets melhorou o desempenho acadêmico das crianças, que melhoraram inclusive os níveis de concentração. Os professores também alegaram que ver os pets durante as aulas online ajudou a criar laços com os alunos, pois possibilitava a abertura de assuntos divertidos. Entre os pais e responsáveis pelas crianças, 77% alegaram que os pequenos ficaram mais motivados com a presença dos pets, além de perceber que o convívio também beneficiou os animais: ficaram mais calmos.
Um estudo chamado “Terapia assistida por cães para crianças com TDAH”, realizado pela Universidade da Califórnia, em parceria com a Universidade Politécnica do Estado da Califórnia, em 2015, divulgado pela CNN Health, analisou crianças com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), dividindo-as entre dois grupos: os que liam para animais de pelúcia e os que liam para animais reais. Ao final, o grupo que interagiu com animais reais mostrou melhorias no compartilhamento, cooperação, voluntariado e problemas comportamentais.
Para finalizar, trazemos a fala do neurologista e diretor clínico do Instituto do Cérebro de Brasília, Ricardo Teixeira, publicada em um artigo de sua autoria no Correio Braziliense. Segundo o neurologista, as crianças se beneficiam da presença do animal de estimação. Ele afirma que os cachorros são ótimos para o equilíbrio psíquico das crianças em situações estressantes. “Durante uma prova de estresse em laboratório, a presença do cão de estimação conferiu uma resposta de estresse menor até mesmo quando comparada à presença dos pais”, explicou Teixeira.