A importância de dizer não aos filhos

Não é nada fácil dizer “não” para os filhos em várias situações de nosso dia a dia. Eu sei. Tanta correria e muitas vezes sentimos culpa por não estarmos tão presente na vida dos pequenos. Agora vamos ser estraga-prazer? Ou então não queremos ser o pai e a mãe que tivemos: tão severos e cheios de proibições. E ainda: simplesmente desejamos tanto vê-los felizes que cedemos. Motivos não faltam.

No entanto, o “não” é importantíssimo em nossa vida. A frustração é que promove o desenvolvimento do ser humano. Sem ela, não há ousadia. O prazer acomoda. O desprazer fortalece a capacidade de pensar alternativas, estimula a criatividade. Melhor: empurra para ação, trazendo a possibilidade de mudança da realidade.

A criança que vive protegida do desprazer e da dor, geralmente, acaba se tornando um adulto frágil. Não tem tolerância às frustrações. Acaba sofrendo muito mais diante do estresse do mundo por falta da famosa resiliência. A tal capacidade de superar obstáculos e resistir à pressão de situações adversas.

A superproteção, portanto, prejudica o seu filho. Se ele sofreu um tombinho, deixa aprender com a queda. Não atenda correndo a criança que, por capricho, grita. Se ela tiver um chilique, afaste-se dela e não dê atenção. Se a criança mantiver a atitude, pegue-a e saia do local. Sem violência.

O intervalo entre o desejo e sua realização é a medida do fortalecimento do indivíduo. E desde muito cedo a gente entende o “não”. Com apenas um aninho. Aos dois anos, já é possível relacionar às consequências de desrespeitar as regras. Por isso, sempre que for dizer “não”, seja firme, olhe nos olhos da criança, sem gritar nem ser autoritário. O tom deve ser de uma boa conversa, não de repreensão. É necessário explicar o motivo da proibição. Por exemplo: comer mais doce vai fazer mal à saúde ou dormir mais tarde vai deixá-la cansada.

Se você disser “não” querendo dizer sim só vai confundir o seu filho. Diga “não” quando tiver convicção. Mas não se sinta culpado se tiver que voltar atrás depois em uma proibição. Nada mais honesto que rever posicionamentos. Só não deixe que isso aconteça frequentemente. Vai acabar com a sua credibilidade.

Muitos fatores interferem atualmente para que algumas determinações sejam reavaliadas e modificadas. Se antes brincar dentro de casa era uma proibição, hoje é uma necessidade. Os notebooks e smartphones se tornaram aliados não só para entreter as crianças, mas também como ferramenta para educá-las.

A consciência do “não” também serve para você, papai e mamãe! Pergunte-se o porquê está proibindo seu filho de fazer algo. Por que não quero que meu filho se suje? Não quero que ele me dê trabalho? Trata-se de uma auto-observação muito válida. O impedimento precisa ter sentido para ensinar alguma coisa para a criança.

Por isso, não exagere nas proibições. Se sair soltando uma série de “nãos” também vai perder o sentido. Todo excesso acaba cansando. A criança vai ficar imune. Valorize o seu “não”. Use com moderação no momento em que ele é necessário: quando é possível explicá-lo. E sempre que der, também o transforme em um “sim”: você pode brincar, depois que fizer a tarefa.

Já pensou que é importante também apresentar alternativas? Como assim? Digo “não” para a criança que está querendo mexer na tomada. Que tal na sequência me sentar e brincar com ela para tirar o foco da proibição? Falo para não usar o controle remoto da televisão, mas a ajudo a escolher um programa e assisto com ela.

Precisamos lembrar que a criança está descobrindo o mundo. Tudo é novidade para ela e a curiosidade é que a faz ir em busca das experiências. Não podemos negar as possibilidades de a criança vivenciar coisas novas. Isso seria impedir seu desenvolvimento. Por outro lado, impor limites também é uma demonstração de afeto. Portanto, é mais uma questão de equilíbrio. O “não” que faz sentido e é entendido promove o desenvolvimento de um indivíduo consciente e responsável. Ensina a respeitar a si mesmo e as outras pessoas. Ensina também a dizer não àquilo que faz mal. Fortalece a autoestima do indivíduo.

Não se esqueça: o “não” tem um poder construtivo no desenvolvimento das crianças se utilizado com amor e carinho. Este importante momento na criação dos filhos, no qual precisamos estabelecer limites, é carregado de fatores que se misturam. As nossas emoções e a das crianças, a maneira como nos comunicamos e os sentimentos envolvidos. Quanto mais conscientes estivermos de tudo o que está ocorrendo, melhor vivenciaremos este período. Trata-se também de um valioso exercício de empatia, de colocar-se no lugar do outro. Afinal, o que mais queremos é o desenvolvimento sadio dos pequenos. Com certeza, contribui para o florescer de adultos mais humanos e de um mundo melhor.

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