Pós-Pandemia: Como ajudar a criança na volta à vida “normal”

Se os efeitos da Pandemia de Covid-19 são difíceis para você enfrentar, imagine para as nossas crianças. Foram muitas as vivências estressantes provocadas pelo isolamento social, pela contaminação e perda de pessoas queridas e por problemas financeiros na família. Agora, enfrentamos as incertezas da volta à uma vida que estão chamando de “normal”.

Na escola, por exemplo, a volta tem sido aos poucos, com avanços e recuos constantes. Turmas divididas, com intervalos em horários diferentes, interrupção de aulas para pessoas com sintomas suspeitos. A cada nova informação, decisões são tomadas e os pais ficam com o desafio de tranquilizar seus filhos.

Primeiro é importante se conscientizar que é natural as crianças estarem angustiadas diante desta nova condição. A humanidade inteira está. A situação da pandemia é um momento especial para os pais explicarem que sentimos medo diante de situações novas, mas que podemos buscar entender o que está acontecendo e enfrentar a realidade da melhor maneira possível.

Mas como? Conversando honestamente sobre como estão se sentindo e o que acreditam que vai acontecer. Respeite a idade e a compreensão da criança, mas principalmente não minimize o medo dela. Desenvolva a arte de escutar, para que a criança sinta-se confiante em compartilhar suas preocupações. Somos únicos e enfrentamos as situações de maneiras diferentes uns dos outros. Demonstre que você entende e também sente medo, mas está agindo para a proteção dela (e) e da família. Isso vai tranquilizar e estimular a confiança. É hora de acolhimento e desenvolvimento pessoal.

Por outro lado, atente-se a mudanças no sono, no apetite ou no comportamento da criança. Dormiu de mais ou de menos. Comeu muito ou pouco. Está irritada ou retraída. Se for uma alteração que dura vários dias e está causando sofrimento, preocupe-se e busque ajuda de profissional da saúde.

Ah! E tome cuidado com sua própria ansiedade. Muitos pais ansiosos acabam afetando o humor dos filhos. Controle-se. Não há necessidade de ficar checando frequentemente se a criança usou álcool em gel ou máscara de modo correto. Se você orientou e verificou que a escola está cuidando disso, tranquilize-se e deixe a criança fazer isso de forma natural.

Agora, se precisar reforçar as orientações porque percebeu que a criança não está seguindo o recomendado, busque um modo lúdico, prazeroso e divertido, de fazer isso. Que tal simular uma situação de interação com os coleguinhas da escola para verificar como a criança age? Você faz o papel de um amiguinho. Se ela (e) esquecer, tocar você e não passar álcool em gel nas mãos, é possível lembrá-la (lo) de modo bem-humorado. Um recurso pode ser o glitter. Passe o produto nas mãos da criança e nas suas. Durante a encenação, se a criança se esquecer e tocar você ou qualquer objeto, vai deixar marcado. Aproveite para reforçar que se fosse o vírus, ele seria transmitido e a gente nem ia perceber.

Mas se o seu forte não é a encenação, é possível recorrer ao desenho ou qualquer outro recurso com o qual você se sinta confortável e trate o assunto com leveza para a criança. Tem também a experiência com os pratos com água e orégano (representando o coronavírus) e água e sabão (a importância de higienizar as mãos), que viralizou em vídeo no início da pandemia. Quando a criança lava o dedo com água e sabão e põe no prato com água e orégano, numa reação química, o orégano se afasta na hora. O segredo é usar a criatividade.

E por falar em lúdico e brincadeira, uma conquista que algumas famílias tiveram durante a pandemia foi a aproximação entre pais e filhos a partir de atividades conjuntas. E elas continuarão sendo importantes neste momento. O ideal é que se torne um hábito familiar.

O brincar é fonte de desenvolvimento para a criança. Neste ato simples, educamos o futuro adulto mais humano. Nas brincadeiras aprendemos a ganhar e a perder, mas principalmente que as duas situações fazem parte da vida e nenhuma é necessariamente ruim. Também é a oportunidade de ensinar a solidariedade e a cooperação. Colocar-se no lugar do outro e ajudá-lo quando necessário.

Que tipos de brincadeiras? Podemos resgatar o brincar mais antigo, como amarelinha, bola de gude, esconde-esconde ou estátua. Também contar histórias. Ou utilizar os recursos tecnológicos dos games ou jogos eletrônicos. Que tal uma viagem virtual a um museu do outro lado do mundo? Há uma infinidade de atividades que envolvem o brincar.

Mas fuja de algo muito estruturado ou cheio de regras impostas. O importante é ter uma experiência relaxante que promova a criatividade e permita um novo olhar diante das situações da vida. Com certeza, isso vai fazer bem aos pequenos e também vai ser bom para você!

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