A importância do brincar

Quase sempre, quando pensamos em crianças, lembramos do quanto são brincalhonas e ativas, isso porque as brincadeiras são a essência da infância. O brincar é um processo fundamental no desenvolvimento humano, sendo previsto e garantido na nossa Constituição, segundo o Marco Legal da Primeira Infância (art. 5 e 17):

“o brincar e o lazer são áreas prioritárias das políticas públicas para a primeira infância, e a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios devem organizar e estimular a criação de espaços lúdicos”.

É por meio dele que as crianças exploram o mundo à sua volta, desenvolvem relações pessoais e criam vínculos, promovem a autonomia, experimentam situações, conhecem limites e regras, aprendem sobre o próprio corpo e descobrem novas habilidades, desenvolvendo a coordenação motora. O faz de conta e os jogos estimulam o imaginário infantil e são instrumentos pelos quais podemos entender melhor o que já sabem, o que sentem e como enxergam a realidade ao seu redor, aspectos que nem sempre conseguem nos verbalizar.

O ato de brincar ainda é visto pela maioria das pessoas como algo sem validade, um passatempo pra preencher um tempo livre na rotina das crianças. Muitas vezes a família não compreende a importância do brincar e podam esses momentos, exigem muita organização durante as brincadeiras ou protegem as crianças em excessividade, por achar que assim se tornarão mais maduras, enxergando o lúdico apenas como um entretenimento e não uma oportunidade de aprendizado e desenvolvimento.

É muito importante que prestemos atenção nas brincadeiras, nos sentimentos e emoções que a criança está tentando demonstrar durante elas e se possível, que os pais\tutores tirem um tempo para brincar junto, questionando sobre suas preferências, seu jogo ou brinquedo predileto e como se sente enquanto brinca, demonstrando que se importam com essas atividades. É interessante também que brincar não esteja associado a brinquedos novos e caros, e sim a usar a imaginação, situações cotidianas e objetos simples, reforçando a criatividade. Quando o adulto adentra no mundo da criança, gera nela autoconfiança e segurança, fazendo-a se sentir protegida e importante, e que suas ideias e forma de pensar tem valor para aqueles que ama.